terça-feira, 24 de março de 2009

HIJAB - Usar ou Nao

EM NOME DE ALLAH, O CLEMENTE, O MISERCORDIOSO



Assalam Alaikum

Que Allah (SWT) me ilumine e guie no desenrolar deste tema.
Muitas são as versões sobre o hijab, na sua maioria ocidentalizadas para melhor servir cada interesse e, outra realidade, é a conotação a que se dá a esta sublime vestimenta.
Vou tentar com a ajuda de Allah (SWT) e de alguma leitura abordar este assunto para desmistificar o uso do hijab pela mulher muçulmana.
CONCEITO DE HIJAB
Hijab, é uma palavra polissémica, isto é, corresponde a varios sentidos, como “cobertura”, véu ou ainda, vestimenta que cobre todo o corpo da mulher exceptuando rosto, mãos e pés.” Mas para o nosso caso em concreto, a ultima é a que mais se ajusta à noção.
Infelizmente os ocidentais e os descrentes (não muçulmanos e até alguns muçulmanos) muitas vezes têm associado o Hijab ao Fundamentalismo e ao terroriosmo perpetrado por mentes doentes e com objetivos alheios ao Isslam, ou à escravidão da mulher, o que tem prejudicado até certo ponto a mulher muçulmana nas várias sociedades onde ela se encontra inserida. Não quero com isto dizer que nos devemos render ao ocidentalismo ou as invenções generalizadas sobre este tema. Antes pelo contrario. É dever de todo o isslam conhecedor da verdade sobre o hijab, clarificar ou ensinar aos ignorantes na materia, o seu verdadeiro sentido e, dever de toda mulher/homem, muçulmano ou não, procurar a verdade sobre o Hijab, antes de partir para conclusões e acções que ferem a realidade e incentivam a discriminação da mulher muçulmana, como foi o caso da muçulmana que queimou o Hijab no dia Internacional da mulher. Ver:
http://luciaanahaaland.blogspot.com/2009/03/muculmana-queimou-hijab-no-dia.html


Para tal, passarei aqui tambèm, algumas informações recolhidas por outros irmãos muçulmanos e até não muçulmanos que se pronunciaram sobre este interessantissimo assunto.
Para já, deixem-me dizer que, ao contrario de tudo que se diz sobre o Hijab, como, ser uma forma de aprisionar a mulher muçulmana, de a discriminar, inferiorizar, subestimar e outros tantos adjectivos depreciativos, colocando-a toda tapada, não podendo usufruir das belezas da moda e da evolução, enquanto o homem por sua vez pode expor-se semi-nu...
Meus irmãos! O corpo da mulher é tão bonito, sagrado e tentador que milimitro algum deveria ser exposto, mas Allah (SWT) na sua infinita bondade e misercordia, permitiu que as mãos, pés e o rosto fossem expostos como eles são (como são ao natural, sem artificios ou acréscimos - que só em si já representam uma fonte de desejo e cobiça),ao ordenar ao nosso querido Nabi Muhammad (SAW)...” Ó profeta, dizei a tuas esposas, filhas e às mulheres dos crentes que quando sairem se cubram com os seus mantos, isto é mais conveniente para que se distingam das demais e não sejam molestadas; sabeis que Deus é indulgente e Misercordioso - 33ª surata Al-Ahzab, versiculo 59“. ( entendam aqui manto ,como trage que cubra a mulher sem marcar o seu corpo)
Como vêm, o uso do Hijab nao é facultativo. É obrigação de toda mulher muçulmana vestir o Hijab por ordem Divina e isto porque Deus, na sua infinita sabedoria e mirsericordia, popou a mulher dos inumeros desconfortos que viriam e o que as mudanças seculares trariam, como podemos constatar pelo surata que se segue:
''Dizei às fiéis, que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores, e não mostrem os seus atrativos, além dos que normalmente aparecem; que cubram o colo com os seus véus e não mostrem os seus atrativos, a não ser aos seus esposos....que não agitem os seus pés, para que não chamem à atenção sobre seus atrativos ocultos. Ó fiéis, voltai-vos todos, arrependidos, a Deus, afim de que vos salveis.'' - 24ª Surata, An Nur, versículo 31

O Hijab representa exactamente o orgulho de ser mulher, a valoração do nosso corpo e o respeito por nós mesmas e pela mãe do Nabi Issa (RT) que a 21 seculos atràs já se trajava com o Hijab.
Não! Não somos oprimidas por usar o Hijab. Não somos prisioneiras nem do Hijab e nem do Homem. Somos livres para circular sem sermos importunadas e sem sermos sistematicamente assediadas sexualmente e, para sermos amadas pelo nosso homem e não desvalorizadas por tantos como acontece com aquelas que se prestam a falta de pudor em nome da moda ou da evolução.
Somos tão livres que podemos caminhar em qualquer lado que todo aquele que olhar uma mulher coberta com um Hijab, !Allahu Akbar! automaticamente se sentirá impotente diante de tanta rectidão e falta de provocação. Sim, porque, só quem se expõe à provocação sofre as concequências.
Não pensem que estas são só palavras minhas. É tao logico e natural, que mesmo muitas outras mulheres não muçulmanas que admiram a nossa religião e o modo de estar, têm se pronunciado favoravelmente sobre o Hijab, como é o caso de uma brazileira e que passo a transcrever: “Como uma pessoa de formação catolica e procurando saber mais sobre o Islam de uns tempos para cá, posso dizer que a minha visão do hijab é, mais do que um cumprimento de um mandado religioso, um simbolo de libertação da mulher. Sim, falo libertaçao, porque no mundo actual nós mulheres somos instadas a ser magras, lindas, maquiadas, com cabelos lindos, brilhosos, sedosos, e etc etc.... Não que eu ache a vaidade desnecessária, acho que devemos sempre cuidar bem de nosso corpo, mas na maioria das vezes, a gente fica sem saber se faz isso pela gente ou por causa dos outros. Com o hijab, o nosso corpo é somente da nossa conta (no maximo, da conta de nosso marido...) e isso com certeza libera tanto de nosso tempo para coisas mais importantes... Digo sem medo de parecer futil, que me interessei pelo Islam por causa do hijab (que acho lindo!!!), mas sei que o Islam não é apenas o hijab. Estou estudando e cada vez mais sabendo mais sobre o Islam. Nao posso dizer que irei me converter, mas se isso acontecer, estarei abraçando o Islam e tudo o mais que ele abrange, inclusive o véu!” (
http://muculmana.blog.com/951165/) Masha Allah!

Esta é a prova de quem procura a verdade, encontra! E esta mulher, não muçulmana encontrou-a. Porque então não a encontrará uma mulher muçulmana?
Outros depoimentos e materia relacionada podemos encontrar nos sites abaixo:
Muito se confunde entre a preservação do precioso e do respeito pela mulher (mãe, esposa e irmã) como prisão. Por isso vou colocar aqui uma questao!
Quais as mulheres que são realmente prisioneiras? Aquelas dependentes de um sistema consumista, que coloca a mulher como objecto a disposicao do mercado, onde a sua nudez vale menos que nada. Onde qualquer um pode dispor desde que pague um preco que sequer faz jus a sua existência? Aquela que para ser amada tem que se sujeitar a às exigencias da sociedade e não ao agrado de Deus?
Ou aquela que não precisa se expôr para contrair matrimónio, aquela que onde anda, é admirada pela fé, aquela que se encontra nas graças de Deus e que se orgulha de não ser escrava de de um tempo ou da moda?
A resposta deixo para vós e espero que a partilhem com outros interessados na materia, aqui no Blog ou em outros locais.
InshaAllah, acredito que, tanto os irmãos muçulmanos e os não muçulmanos, que se interessarem e queiram realmente encontrar a verdade, a encontrarão, só precisam ter mais fé e consultem fontes proprias.


ALGUMAS IMAGENS DE HIJABS





JazakAllah!
Elaborado por:
Sarifa Carimo/Nazira Saide
22 de Março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

O RASSULULLAH (SAW) E A SUA PREOCUPAÇÃO COM A MULHER

EM NOME DE ALLAH O BENIFICENTE E MISERCORDIOSO


CAROS IRMÃOS:
A mulher é o ser nobre na religião islâmica. Antes da revelação da lei islâmica, ela não tinha muitos direitos. Quando surgiu o Islam, ele foi justo com ela. Os árabes, antes do Islam, consideravam-na uma vergonha, que deveria ser descartada. Uma parte dos romanos e dos persas considerava-a um instrumento de prazer, outra parte discutia se a mulher tinha alma ou era um corpo sem alma. Mesmo em épocas recentes a mulher não tinha direito à herança, não tinha direito à instrução, não tinha direito ao voto, antes que as legislações modernas concederem alguns direitos a ela.
A questão no Islam é totalmente diferente. Além do enobrecimento do Alcorão à mulher, sendo ele o Livro de Allah que foi revelado ao Seu Profeta Mohammad (SAW), vamos apresentar das tradições a esse respeito, de como ele tratou do direito da mulher, e como a considerou. Para isso, vamos analisar alguns aspectos da vida do Rassulullah (SAW).

1) O RASSULULLAH (SAW) COMO ESPOSO.
O Rassulullah (SAW) era um excelente esposo. Não se sabe que ele tenha insultado alguma mulher ou tenha gritado com ela. Ao contrário, narra-se que ele respeitava as esposas e as tratava dignamente, com amor e respeito. Ele disse: “As mulheres são irmãs dos homens.” Aicha (RTA), esposa do Rassulullah (SAW), foi perguntada como ele tratava a família? Ela respondeu: “Ele estava a serviço de sua família, ajudando-a nos afazeres de casa. Quando chegava a hora da oração, ele se dirigia para a sua prática.” (Relatada por Bukhári). Esse é o aspecto da hombridade, da perfeição do humanismo, com o esposo auxiliando à esposa nos afazeres de casa.
O Profeta (SAW) recomendou aos muçulmanos o bom tratamento às mulheres. Ele disse: “O melhor dentre vós é quem trata melhor a sua família, e eu sou quem trata melhor a minha família.” Ele também disse: “Os melhores dentre vós são os que tratam melhor as suas esposas.” O Profeta (SAW) considerou o sustento à esposa o melhor dos atos que aproximam o servo de Allah. Ele disse: “Toda vez que você gastar algo com a intenção de agradar a Allah, você será recompensado, mesmo o bocado que você coloca na boca de sua esposa.” (Hadice Muttafac alaih). Ele disse, ainda; “Se o homem dar de beber à esposa será recompensado por isso.” (Narrada por Ahmad).
Essas condutas mostram a extensão do carinho, do respeito e da cooperação que o Rassulullah (SAW) recomendou entre os casais. Se isso fosse cumprido, a casa ficaria repleta de felicidade e de segurança.

2) O RASSULULLAH (SAW) COMO PAI:
O Rassulullah (SAW) recomendou cuidarmos dos filhos em geral, principalmente das filhas. Ele considerou a educação das meninas algo necessário, bem como instruí-las e educá-las como atos que elevam a pessoa de tal forma que estará junto a ele no Paraíso. Ele disse: “Quem tiver 3 meninas e as sustentar e cuidar delas entrará no Paraíso.” Perguntamos: “E se forem duas?” Ele respondeu: “Mesmo se forem duas.” Perguntamos novamente: “E se for uma só?” Ele respondeu: “Mesmo se for uma só.” (Tradição narrada por Musslim).

3) Sua recomendação quanto à mãe:
O Profeta (SAW) ordenou que fossemos benevolentes para com as nossas mães, colocando os seus direitos acima dos direitos do pai. Isso demonstra a sua importância e o respeito que o Profeta tinha por ela. Abu Huraira (RTA) relatou que um homem foi ter com o Profeta (SAW) e lhe perguntou: “Ó Rassulullah, quem é a melhor pessoa a quem devo oferecer a minha amizade?” Ele respondeu: “A tua mãe”. O homem perguntou novamente: “E quem mais?” Ele respondeu: “A tua mãe”. “E depois dela”, ele perguntou. O Profeta (SAW) respondeu: “A tua mãe”. “E depois dela?”, ele perguntou, novamente. O Profeta (SAW) respondeu: “Ao teu pai” (Musslim).
Muitas tradições foram narradas a esse respeito que demonstram e esclarecem que o Paraíso está sob os pés das mães. É a forma mais elevada de homenagem e engrandecimento.

4) SUA RECOMENDAÇÃO QUANTO AO TRATAMENTO À MULHER EM GERAL
Quem analisa a história irá verificar como a Europa tratava a mulher. Incutia-lhe a responsabilidade pelo pecado original, perguntava se ela possuía alma ou não, como é o caso do homem. Ao mesmo tempo, o Rassulullah (SAW) concedia o direito de voto às mulheres, da mesma forma que o fez com os homens. Isso mostra a participação da mulher na vida política. A mulher tinha o direito de procurar instruir-se. Ela participava das aulas nas mesquitas e nos outros locais da mesma forma que os homens, ao ponto de uma delas perguntar ao Rassulullah (SAW) como ela se purificava da menstruação e outras perguntas pertinentes às mulheres. Aicha (RTA) relatou que as mulheres dos Ansar (habitantes de Madina) faziam todo tipo de perguntas, sem reservas, para se instruírem na religião. (Narrada por Bukhári). As mulheres pediram um dia especial para elas para que fossem instruídas pelo Rassulullah (SAW), e ele as atendeu, convicto da necessidade da mulher de se instruir, porque isso iria se reverter na instrução da família e na construção da sociedade.
Quanto às mulheres guerreiras, que participaram das batalhas juntamente com o Rassulullah (SAW), elas são muitas. Isso demonstra, também, que a mulher participava de todas as atividades, e que desempenhava um papel preponderante na vida da sociedade. Eis Ummu Ammar, que empunhava a espada na batalha de Uhud, protegendo o Rassulullah (SAW). Ele disse a seu respeito: “Toda vez que me virava para a direita ou para a esquerda, via Ummu Ammar ali, defendendo-me com a sua espada.” Ela também participou da Batalha de Yamáma, contra o falso profeta, Mussailama, quando perdeu a mão.
Quanto às mulheres que participaram da migração (Hijra), podemos citar Rucaiya, filha do Rassulullah (SAW), Ummu Salama, Assmá filha de Ummais...
Entre as que deram o voto de confiança ao Rassulullah (SAW) podemos citar Sumaiya, filha de Caab, Assmá, filha de Omar, e muitas outras.
Esses exemplos demonstram que o Rassulullah (SAW) formou companheiras e tratou a mulher como ser humano, capaz, com plenos direitos e deveres. Ele mostrou que a mulher é corpo e alma, que quando a mulher é bem instruída, será a causa da formação de uma sociedade sustentada pela ciência, pela moral, pela força, pela religiosidade e pela paz. A mulher, na vida do Rassulullah (SAW) tinha um local de destaque.
Por isso, dizemos que o Islam e o seu Profeta proporcionaram à mulher o que nenhuma outra legislação humana ofereceu. Por isso, é nosso dever lermos cada vez mais a respeito da luz profética, ensinar aos nossos filhos e às nossas filhas, divulgando isso entre a sociedade brasileira.
Que Allah abençoe a todos e aos seus filhos, Amém.

Sermão da Sexta-feira, 16 de Rabil Auwal 1430 – 13/03/2009
Proferido pelo: Cheikh. Khaled Taky Eldin
Tradução e adaptação: Prof. Samir EI Hayek